Desejam uma geladeira? Uma máquina de lavar? Um ar-condicionado para o calor caribenho de Caracas?
Em plena campanha para as eleições legislativas do dia 26, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, lançou um programa para vender eletrodomésticos a "preços socialistas" que começará, "em breve", na rede estatal de supermercados. "Tremenda máquina de lavar. Grandíssima!", disse na última sexta, ao vivo, pela TV estatal, num comando de cena que causaria inveja ao garoto-propaganda das Casas Bahia.
Logo foi a vez do reclame do ar-condicionado. Lado a lado, os aparelhos importados da China e os "capitalistas". "Abre mais a imagem, compadre, para que vejam os aparelhos completos. Para que se comparem", instruía ao câmera-man.
"Esse é dos ruins", começou Chávez, apontando para o modelo "capitalista". Em seguida, se solidarizou com o aparelho: "O pobre ar não é capitalista. Não tem culpa. É produto do trabalho do homem e transformam em mercadoria", ensinou. "Olha esse chinês-venezuelano! Tipo ventilador. Te vendo por mil bolívares."
O ar-condicionado chinês Haier custará 1.024 bolívares fortes, US$ 238 no câmbio oficial. "A economia é de 60%. Não é como esses capitalistas que dizem ofeeeeerta! E só tiram um bolívar." Palmas da plateia, na região do Petare, complexo de favelas ao leste de Caracas.
Ao fundo, cartazes exibiam o nome do programa: "Minha Casa Bem Equipada". Serão 300 mil máquinas de lavar, anunciou Chávez. "E por aí vêm o navio com as TVs!" Mais palmas.
Para ter o novo eletrodoméstico, o venezuelano usará um cartão de crédito, o "Bom Viver", a ser lançado pelo estatal Banco de Venezuela, outra oferta de campanha. O banco fechou com a brasileira Caixa Econômica Federal um convênio para se capilarizar em favelas.
Veja você mesmo !
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